O lavrador, à terra juntou
Frágil e singela erva, da terra brotou.
Beijada pelo sol...
Que a não abandonou
Imensa seara grávida, se tornou.
Mar doirado...
De vagas, a ondular ao vento
Sem demora, chegou ao fim do tempo.
Espigas maduras...
Prisioneiras de desejado trigo
Pelo peso derrubadas, esperam outro castigo.
Rompe a madrugada...
Despertam, em ruidosa barulheira
É a máquina que já fora canto de ceifeira.
Já não é seara...
É o trigo colhido, muito bem criado
Que pelo sol da eira, é agora esperado.
Da grande laje...
Prossegue, rumo ao velho moinho
Onde moleiro e mó o afagam de mansinho.
É agora farinha...
Alva e fina, fruto de tanto labor!
Para no forno ser pão e vida do lavrador.
5 comentários:
Poema suave, leve... tão leve como a farinha...
Que foi grão que o lavrador espalhou...
A Mãe-terra agradecida, recolheu-o em seu ventre.
O resto da história está no poema...
- Como alentejana que sou, amo pão de trigo!
Mais uma vez nos brindaste com um belo poema que nos conta a história do pão. Gostei.
Muito bonito este poema,obrigada Dina porque nos delícias sempre com a tua sensibilidade...
E quanto trabalho até chegar à nossa mesa, quentinho e estaladiço!
À nossa mesa porque somos uns previlegeados,e mesmo assim sempre protestando...
Parabéns pelo lindo hino,Dina
Bela homenagem ao pão que infelizmente tanta falta faz por esse mundo fora...
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