quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Mais Fernando Pessoa

Liberdade



Ai que prazer

Não cumprir um dever,

ter um livro para ler

E não o fazer!

Ler é maçada,

Estudar é nada.

O sol doira

Sem literatura.



O rio corre,bem ou mal,

Sem edição original.

E a brisa ,essa,

De tão naturalmente matinal,

Como tem tempo não tem pressa...



Livros são papeis pintados com tinta.

Estudar é uma coisa em que está indistinta

A distinção entre nada e coisa nenhuma.



Quanto é melhor, quando há bruma,

Esperar por D. Sebastião,

Quer venha ou não!



Grande é a poesia,a bondade e as danças...

Mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol, que peca

Só quando, em vez de criar, seca.



O mais do que isso

É Jesus Cristo,

Que não sabia nada de finanças

Nem consta que tivesse biblioteca...



Neste poema troça da erudição e dos eruditos, nos quais ele próprio se integra!!!

1 comentário:

dina disse...

Embora troçando...e desta forma que lhe é tão peculiar, diz-nos verdades inquestionáveis...que não mudarão através dos tempos.