sábado, 30 de agosto de 2008

Para a Lulu

Há dias referia-se a um poema de sua autoria, dizendo que era um pequeno poema!
A esse propósito chegou-me às mãos, um poema de Sá de Miranda, de quem toda a gente ouviu falar, mas que se calhar, nunca ninguém leu nada. Gostei tanto que resolvi pô-lo no blogue :

Comigo me desavim

Comigo me desavim
Sou posto em todo o perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor da gente fugia,
Antes que esta assim crescesse;
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meo espero ou que fim
De vão trabalho que sigo,
pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim ?

Pela aparente contradição parece Fernando Pessoa, só que estes versos rimam como se usava no século XVI e o português também é daquela época.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quanta honra, Caríssimo Colega!
Obrigada por nos trazer à lembrança, Sá de Miranda, de tempos bem remotos...
- Cada dia tem um Santo, porque não havemos de ter também um Poeta para cada dia?
Assim seria mais fácil ir lembrando todos...
- Mas não esquecer que foi Sá de Miranda quem introduziu no país,as novas formas literárias como o soneto, o terceto, a oitava, etc típicas do
Renascimento.