domingo, 16 de novembro de 2008

Para ser pão

Apenas grão...
O lavrador, à terra juntou
Frágil e singela erva, da terra brotou.

Beijada pelo sol...
Que a não abandonou
Imensa seara grávida, se tornou.

Mar doirado...
De vagas, a ondular ao vento
Sem demora, chegou ao fim do tempo.

Espigas maduras...
Prisioneiras de desejado trigo
Pelo peso derrubadas, esperam outro castigo.

Rompe a madrugada...
Despertam, em ruidosa barulheira
É a máquina que já fora canto de ceifeira.

Já não é seara...
É o trigo colhido, muito bem criado
Que pelo sol da eira, é agora esperado.

Da grande laje...
Prossegue, rumo ao velho moinho
Onde moleiro e mó o afagam de mansinho.

É agora farinha...
Alva e fina, fruto de tanto labor!
Para no forno ser pão e vida do lavrador.

5 comentários:

Anónimo disse...

Poema suave, leve... tão leve como a farinha...
Que foi grão que o lavrador espalhou...
A Mãe-terra agradecida, recolheu-o em seu ventre.
O resto da história está no poema...
- Como alentejana que sou, amo pão de trigo!

Anónimo disse...

Mais uma vez nos brindaste com um belo poema que nos conta a história do pão. Gostei.

Anónimo disse...

Muito bonito este poema,obrigada Dina porque nos delícias sempre com a tua sensibilidade...

fatinha disse...

E quanto trabalho até chegar à nossa mesa, quentinho e estaladiço!
À nossa mesa porque somos uns previlegeados,e mesmo assim sempre protestando...
Parabéns pelo lindo hino,Dina

joao loureiro disse...

Bela homenagem ao pão que infelizmente tanta falta faz por esse mundo fora...