quinta-feira, 24 de abril de 2008

25 de Aril

Ás 0 horas do dia 25 de Abril de 1974 começou a revolução que eu esperava desde os 16 anos. Tinham passado 23 e eu tinha agora 39 anos. Idealismo ainda da juventude e maturidade da idade. Meti-me na onda com alegria indescritível e a seguir vivi os meus melhores 17 anos em todos os aspectos, que foram interrompidos pela morte do meu filho mais velho em 1991.
Costumo dizer que valeu a pena viver no meu tempo, para viver o 25 de Abril.
E não resisto a mais uma citação de um poema, desta vez completo, de Sophia de Melo Breyner, que diz o que era antes:

O VELHO ABUTRE

O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas

1 comentário:

dina disse...

A minha homenagem ao sr. João Loureiro com um poema...também de Sophia de Melo Bryner:

``Data´´

Tempo de solidão e de incerteza
Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação

Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo de escravidão

Tempo de coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rasto
Tempo de ameaça