terça-feira, 15 de abril de 2008

Poetisas

Homenagem às minhas colegas poetisas da Usama, este soneto de Florbela Espanca

Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens ! Morder como quem beija !
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e Além dor !

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja !
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor !

É ter fome, é ter sede de Infinito !
Por elmo, as manhãs de oiro e de setim...
É condensar o mundo num só grito !

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente !

5 comentários:

dina disse...

Caro colega João Loureiro!
Não me considerando eu,de modo nenhum...´´poetisa``... fico ternamente agradecida pela homenagem prestada!

Anónimo disse...

"Ser ou não ser"... eis a questão!
Eu,que de rimas nada sei...
pobre de mim, apenas esta
que sem talento escrevinho
gritos de alma, - Poeta?...

Agradecida Caro Colega.
Os sonetos de Florbela são o meu livro de cabeceira.

Anónimo disse...

Foi um belo gesto dedicar um poema de Florbela às colegas com mais inspiração,ou,quanto a mim, maior poder de observação.

fatinha disse...

E com este belo poema, o nosso blogue ficou mais rico.
Obrigada, senhor João, pela sua sensibilidade.A Dina merece

joao loureiro disse...

Comentário ao comentário do anónimo. Para ser poeta não é preciso rimar, è preciso ser mais alto, e ser maior que os homens!
Como diz a nossa admirada Florbela.